Saci Pererê
Oi, eu sou o Saci Pererê e
pra me encontrar na floresta é só procurar um gorro vermelho pulando no meio da
mata. O Tio Barnabé do Sítio do Pica Pau Amarelo me chama de Diabinho de uma
perna só. Eu só tenho uma perna mesmo, mas não sou um diabinho. Tá certo que eu
sou bagunceiro e vivo arrumando confusão por onde eu passo.
Eu gosto de azedar o leite,
quebrar pontas de agulhas, esconder coisas, embaraçar novelos de lã, jogar
mosca na sopa dos outros, queimar o feijão que está no forno, o bolo no fogão,
ficar gorando a galinha botando ovo, puxar o rabo do porco, fazer barulho no
bambuzal, correr atrás do gado a noite e provocar cachorro é o que eu mais
gosto de fazer. Eles latem e fazem o maior barulho.
Eu, como todo Saci me
divirto fazendo maldade, mas não maldade grande e feia. Maldadezinha das
pequenas. Eu vou de um lado pro outro num redemoinho de vento. É assim que eu
me locomovo e pra me pegar só com peneira. É. Uma peneira e eu já era. Fico
preso, mas posso fugir. Agora, se tirarem o meu gorro e me prenderem dentro de
uma garrafa daí eu não tenho como fugir e a pessoa que me prender vira meu
dono. Até hoje ninguém me pegou não.
Eu não sou só bagunceiro.
Eu conheço muito bem a floresta. Tão, tão bem que entendo tudo de ervas e sei
fazer um montão de tipos de chá. Além deles serem gostosos, ajudam na cura de
doenças. Os sacis são bons com ervas. É um segredo de família e nenhum saci
pode contar pra ninguém.
Dia 31 de outubro comemoram
o dia do Saci. É, eu sou importante. Nós Sacis somos tão famosos que tem até
gente criando a gente em fazendas por aí. Acredita?
Boitatá
O Boitatá é o gênio que protege as campinas e sempre castiga os que
põem fogo no mato.
Quase sempre ele aparece
sob a forma de uma cobra muito grande, com dois olhos enormes, que parecem
faróis. Às vezes, surge também com a aparência de um boi gigantesco, brilhante.
Cuca
Olá, eu sou a Cuca ou Coca, dependendo do lugar onde apareço tenho um
nome diferente! Pode ser Cuca, Coca, Coco, La Cuca, enfim...
Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.
Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.
Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco!
Ando por aí cantando:
Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.
Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.
Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco!
Ando por aí cantando:
Dorme nenê,
Que a cuca vem pegar,
Papai foi na roça,
Mamãe foi trabalhar!
Que a cuca vem pegar,
Papai foi na roça,
Mamãe foi trabalhar!
Mula sem
cabeça
Eu sou a Mula Sem Cabeça, uma lenda muito famosa e conhecida em todo o
Brasil. Adoro a lua cheia, sou muito bonita, posso ser marrom ou preta, tenho
ferraduras de prata e de aço, um relincho muito alto. No lugar de uma cabeça de
mula tenho uma imensa chama de fogo que está sempre intensa. Eu queria ter
cabelos bem longos e loiros, mas o que fazer se sou uma lenda sem cabeça?
Há quem diga que eu sou uma
versão feminina do lobisomem e que fico assombrando casas perto de igrejas,
imagina só. Eu não assombro só casas perto da igreja, assombro as que ficam
longe também. Adoooro assombrar! Bú! Assustou? Não? Ah! Mas eu assombro todo
mundo. Ninguém escapa de mim nas noites de lua cheia de quinta para
sexta-feira. É nessa noite que me transformo de mulher para Mula Sem Cabeça.
E eu corro muito rápido e
em alta velocidade durante toda a noite assombrando todo mundo que cruza o meu
caminho, quanto mais eu corro mais gente eu assusto porque consigo ir rápido de
um lugar para o outro. E fico assim em formato de Mula Sem Cabeça até o nascer
do sol e o terceiro galo cantar. Aí eu volto pra minha forma humana.
Mas enquanto sou Mula sem
Cabeça eu ataco muitas pessoas. Só não consigo atacar a pessoa quando ela deita
de bruços no chão e esconde as unhas e os dentes. Daí eu sou obrigada a ir
embora. Não gosto nada disso porque eu gosto mesmo é de assombrar. Nunca queira
me encontrar, pois eu sou má e muito, muito assustadora. Quem me vê jamais
esquece.
Curupira
Olá! Eu sou o Curupira, moro na Amazônia e sou um menino embora meu
nome termine em A. Não sou muito alto não, mas também não sou baixinho. Sou
ruivo por parte de mãe e por parte de pai. Eu acho, não sei bem. Tenho os pés
com calcanhares pra frente e quando eu quero ninguém me acha.
Minha fruta predileta é
manga, ainda bem que tem muito na mata que eu moro e das bem docinhas. Uma das
coisas que eu mais gosto é ficar na sombra das árvores comendo frutas. Não é
fácil me ver, eu me escondo bem, e se alguém tentar me ver eu saio correndo e
não deixo nem pegada, quer dizer, deixar pegada eu deixo, mas quem é que
entende um rastro de pés virados pra dentro? É difícil.
Eu sou protetor das matas.
É, sou meio super herói. Não gosto de caçadores e nem de ninguém que queira
destruir a floresta porque a floresta é a minha casa. Minha e de mais um montão
de bichos, plantas e seres da natureza. Por isso eu cuido dela e quando vejo
alguém que possa ameaçar essa natureza eu jogo meu encanto e faço a pessoa
ficar perdida na floresta, muito, muito, muito tempo. Até eu cansar e a pessoa
ficar com muito medo de mim e ir embora.
Eu sou muito curioso. Muito
mesmo. Por isso, um dos jeitos de me deixar distante é fazer uma bolinha de
cipó com uma trança e me desafiar pra encontrar a ponta da bolinha. Eu vou
correndo e pego aquela bolinha e fico mexendo nela de um lado, do outro e
quando eu vejo a pessoa fugiu. Foi embora.
Meu prato predileto é
salada de folha de manga e o meu sonho é ver a Amazônia protegida de todo
perigo e sempre linda e cheia de árvores grandes, rios limpos e passarinhos. Eu
adoro passarinhos.
Boto Rosa
Ao cair da noite na Amazônia, o boto cor-de-rosa deixa os rios e
transforma-se em um lindo e sedutor rapaz, que sai em busca de uma garota para
namorar. Além de galante e sedutor, o boto dança como ninguém e enfeitiça as
meninas indefesas. De madrugada, o namorador volta para o rio, onde se
transforma de novo em boto.
Essa é uma lenda contada na
floresta amazônica para explicar por que tantas meninas têm filhos sem pai: são
todos filhos do boto.
Os botos são golfinhos de
água doce. Mas apesar de serem parecidos, golfinhos e botos não são iguais. Os
golfinhos são acinzentados. Já os botos podem ser pretos, acinzentados ou meio
avermelhados, como o boto cor-de-rosa. O bico do boto é mais comprido e possui pelos na parte de cima.
Vitória
Régia
A lenda da vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena
tupi-guarani.
Há muitos anos, em uma
tribo indígena, contava-se que a lua ,era uma deusa que ao despontar a noite,
beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia,
Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua
preferência e as transformava em estrelas no firmamento.
Uma linda jovem virgem da
tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar
pelo grande dia em que seria chamada pela lua.
Um dia, tendo parado para
descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem do deusa amada: a
lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se
afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia,
e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham
no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e
perfeita, que é a planta vitória-régia.
Assim, nasceu uma linda
planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol
ficam rosadas.
Negrinho do
Pastoreio
Sou o Negrinho do Pastoreio
e minha história era contada por muitos brasileiros que lutavam pelo fim da
escravidão. Naquela época havia o dono de uma fazenda que era muito malvado, um
dia ele me mandou para pastorear cavalos. Voltei no fim da tarde e o fazendeiro
percebeu que faltava um cavalo.
Levei uma surra tremenda! Depois do sufoco que passei, encontrei o cavalo que estava faltando pastando, lacei-o com a corda, mas ele fugiu de novo.
Quando voltei sem o cavalo mais uma vez o fazendeiro me espancou e me amarrou em cima de um formigueiro.
No dia seguinte o fazendeiro levou o maior susto! Quando ele chegou, eu já não tinha marcas pelo corpo, estava em pé e ao meu lado estava a virgem Nossa Senhora juntamente com alguns animais.
Ele se ajoelhou e me pediu desculpas, mas apenas beijei a mão de Nossa Senhora, montei em um cavalo e parti conduzindo os outros animais.
Levei uma surra tremenda! Depois do sufoco que passei, encontrei o cavalo que estava faltando pastando, lacei-o com a corda, mas ele fugiu de novo.
Quando voltei sem o cavalo mais uma vez o fazendeiro me espancou e me amarrou em cima de um formigueiro.
No dia seguinte o fazendeiro levou o maior susto! Quando ele chegou, eu já não tinha marcas pelo corpo, estava em pé e ao meu lado estava a virgem Nossa Senhora juntamente com alguns animais.
Ele se ajoelhou e me pediu desculpas, mas apenas beijei a mão de Nossa Senhora, montei em um cavalo e parti conduzindo os outros animais.